Apesar de gatos e outros felinos serem os hospedeiros definitivos (ou seja, somente neles haver a reprodução dos parasitos), menos de 1% da população felina participa da disseminação da doença. Eles só podem transmitir a toxoplasmose através de suas fezes, meio pelo qual expelem os oocistos (ovos) da toxoplasmose, provenientes da ingestão dos cistos que ficam no tecido de animais como ratos e pássaros.
Mesmo assim, estes oocistos só podem infectar uma pessoa ou outro animal se eles estiverem “esporulados”. Este processo de esporulação só é possível se o oocisto permanecer exposto a temperaturas acima de 36ºC por no mínimo dois dias, quando então, se torna infectante. E o mais importante: para transmitir a toxoplasmose, este oocisto deve ser ingerido.
Portanto, o simples contato com o animal, com seu pelo, ou até mesmo com suas fezes “frescas” são insuficientes para levar a uma infecção por toxoplasmose- razão pela qual as infecções por contato direto com gatos excretando oocistos são extremamente improváveis.
Em geral, os gatos defecam e enterram suas fezes em terra fofa ou areia. A menos que o gato esteja doente, pouco ou nenhum resíduo fecal fica aderido à região perianal. Isso se deve aos seus cuidadosos hábitos de limpeza.
Formas de transmissão
A via mais frequente da transmissão da toxoplasmose ocorre por meio da ingestão de carnes cruas ou mal cozidas, ou ainda verduras mal lavadas, recém-colhidas em um pasto aberto. A infecção pela carne pode dar-se ainda pela manipulação da carne crua, ou contato com superfícies contaminadas de preparação de alimentos, facas e outros utensílios.Os grupos populacionais mais expostos ao risco de infecção por Toxoplasma são as crianças de baixa idade e as pessoas que não apresentam sorologia positiva para toxoplasmose, principalmente quando manipulam carnes e produtos cárneos crus.
Saiba mais sobre a relação entre os gatos e a toxoplasmose
Chamada por algumas pessoas pelo triste apelido de “Doença do Gato”, a toxoplasmose ainda é uma doença cercada de mitos quanto à sua infecção, principalmente quando se trata da participação dos gatos. Muitos permanecem com a crença de que a proximidade com felinos de origem desconhecida representa um alto risco para contração da toxoplasmose.Essa informação equivocada, e infelizmente, já disseminada na sociedade, certamente configura um dos grandes motivos que acarretam em abandono, maus tratos e principalmente, o aumento do preconceito em relação aos felinos.
O fato, por exemplo, de a toxoplasmose trazer implicações sérias para o feto quando contraída durante a gravidez alimenta ainda mais reações negativas em relação a esses animais. Entretanto, o contato com os gatos - mesmo que sejam os principais hospedeiros da doença - representa ameaça praticamente nula de transmissão da toxoplasmose.
Toxoplasmose nos gatos – sintomas?
Nos gatos, a doença é pouco frequente e os sintomas clínicos são, na maioria das vezes, inespecíficos e difíceis de identificar. Porém, quando infectados, eles podem apresentar depressão, anorexia (falta de apetite), febre, efusão peritoneal (acúmulo de líquido no abdômen), icterícia (pele mucosas amareladas) e dispnéia (falta de ar). É possível também haver alterações oculares, como uveítes, e, em fase mais avançada, sintomas neurológicos como convulsões, tremores e paralisias.Cabe lembrar que estes sintomas da toxoplasmose aparecem com mais frequência em filhotes, idosos ou animais com sua imunidade comprometida.
Formas de prevenção da toxoplasmose
Para prevenir-se da infecção por toxoplasmose, são recomendadas ações simples, como:- Manter boa higiene e lavar as mãos depois de manipular aqueles alimentos crus;
- Todos os utensílios e equipamentos que entram em contato com carne crua devem ser cuidadosamente lavados com água e sabão;
- A medida preventiva mais importante consiste no cozimento adequado: os cistos morrem se a carne for inteiramente submetida a uma temperatura de 65ºC e mantida nessa temperatura durante 4 a 5 minutos;
- A rotina de lavar as mãos antes de se alimentar deve ser adotada. Luvas devem ser utilizadas quando houver a necessidade de se trabalhar com terra ou areia, pois podem estar contaminadas com fezes de gatos;
- Os gatos domésticos devem ser mantidos no interior de residências com o mínimo de contato com o meio externo, com alimentação controlada e a oferta de ração ou alimentos que sofreram tratamento térmico adequado;
- As fezes dos gatos e o material de forração de seus leitos devem ser eliminados diariamente, antes que os oocistos tenham tempo de esporular;
- Quando se utilizam caixas de areia para a defecação dos gatos, estas devem ser tratadas periodicamente com água fervendo, para destruir os oocistos eventualmente existentes;
- Os tanques de areias para recreação de crianças devem ser cobertos quando não estão em uso, ou cercados de modo a impedir o acesso de gatos;
- Combater vetores mecânicos (insetos, principalmente baratas), pois eles também são responsáveis pela contaminação de produtos de origem animal e vegetal.
FONTE WSPA
LINK: http://www.wspabrasil.org/trabalhoWSPA/Caesegatos/controlededoencas/toxoplasmose/
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